terça-feira, 17 de maio de 2016

Na mídia / Entre-Rios Jornal




Estudo pioneiro reúne em livro a genealogia e a heráldica dos titulares do Império no Vale do Café

Pela primeira vez, um estudo reúne o elenco completo dos titulares da Monarquia – de barões a marqueses, que no reinado de D. Pedro II ajudaram a transformar o vale do rio Paraíba do Sul na região mais rica do Brasil graças a cultura cafeeira, cujas lavouras se estendiam de Itaperuna até Resende. Ao todo, 124 membros da nobreza brasileira – 90 barões, 23 viscondes, seis condes e cinco marqueses foram identificados ao longo de pouco mais de um ano de pesquisas do historiador José Roberto Vasconcelos, que acaba de lançar o livro “Titulares do Império no Vale do Café”.
Segundo o autor, nenhuma outra região do país concentrou tantos integrantes da nobreza quanto o vale do rio Paraíba do Sul. “Comparando-se em termos geográficos, a região cafeeira fluminense era uma pequena fração dos territórios de Minas Gerais ou São Paulo e, no entanto, tínhamos tanto quanto ou até mais titulares da nobreza aqui do que naqueles estados”. E que “a rápida expansão do café ao longo da região, com o ápice de produção entre as décadas de 1850 e 1870, transformou os fazendeiros locais nos súditos mais ricos do Império e, tendo muitos prestados serviços de interesse público como obras filantrópicas, abertura de estradas, construção de escolas, auxílios financeiros no período da Guerra do Paraguai, por exemplo, foram contemplados com títulos de nobreza”, disse José Roberto.
Nesse estudo, que agora se dá publicidade, os 124 titulares vêm distribuídos em verbetes por ordem alfabética da denominação dos respectivos títulos de nobreza, principiando no Barão de Águas Claras – Guilherme Augusto de Sousa Leite, que tinha propriedades em São José do Vale do Rio Preto; e terminando no Barão de Werneck – José Quirino da Rocha Werneck, sul-paraibano de nascimento e cuja família, os Werneck, foi a que mais integrantes recebeu títulos de nobreza, figurando entre eles o Visconde de Ipiabas e os barões de Bemposta, Paty do Alferes e de Palmeiras.
“A biografia dos titulares é muito sucinta, pois me preocupei em arrolar a genealogia de cada um, registrando seus pais, avós e bisavós e seus filhos e netos com os respectivos casamentos, muitas vezes uniões entre primos ou de tios e sobrinhas, forma utilizada para se manter o patrimônio sempre “dentro” da família e mesmo a união entre os filhos e netos dos diversos titulares, o que denota certa preocupação na manutenção do status social nobiliárquico, como se praticava comumente na Europa, o que é um aspecto ainda não investigado pelos nossos historiadores”, disse ainda José Roberto.
Entre os barões que figuram no livro está o sul-paraibano radicado em Vassouras, Pedro Corrêa e Castro, Barão de Tinguá, que nunca se casou, mas viveu a vida toda em um palacete em Vassouras ao lado de Laura, uma ex-escrava africana, com quem teve vários filhos que reconheceu em testamento, tornando-os herdeiros de grande fortuna. Um outro titular foi o mineiro Francisco Paulo de Almeida, o único negro elevado a titular do Império – Barão de Guaraciaba, que teve grande descendência; tendo começado a vida como tropeiro, alcançou uma fortuna colossal, como proprietário de fazendas de café em Valença, Três Rios, Paraíba do Sul, Barra do Piraí e em Vassouras, luxuosos palacetes em Petrópolis e no Rio de Janeiro e sócio em bancos.
José Roberto Vasconcelos tem diversos trabalhos publicados nos campos da história, heráldica e genealogia, figurando os livros “Andrades & Corrêas e Castros no Vale do Café” e o “Armorial Vale do Café”, que já integram o acervo da Library of Congress dos Estados Unidos, a maior e a mais importante biblioteca do mundo, cujos técnicos avaliaram a aquisição desses trabalhos em razão da relevância nos campos da Cultura e Memória brasileiras.
O livro Titulares do Império no Vale do Café, cujo projeto gráfico e design da capa também levam a assinatura do, se apresenta em formato brochura com orelhas, capa em policromia, tamanho A4 (21×29,7 cm), 451 páginas, miolo em preto e branco, fartamente ilustrado, inclusive trazendo ilustrações dos brasões de armas de inúmeros titulares e a respectiva descrição técnica. A impressão é por demanda. Contato com o autor via e-mail vasconcelosminas@yahoo.com.br.
http://www.entreriosjornal.com.br/assunto/cotidiano/estudo-pioneiro-reune-em-livro-genealogia-e-heraldica-dos-titulares-do-imperio-no-vale-do-cafe/ 

Titulares do Império no Vale do Café

Nenhuma outra parte do vasto território brasileiro concentrou, em diminuta porção geográfica, tão numerosos titulares de nossa monarquia quanto o vale do rio Paraíba do Sul em seu trecho na outrora Província do Rio de Janeiro. Por sua vinculação à monocultura cafeeira, de avultada produção e importância econômica para o país ao longo do século XIX, fez dos fazendeiros fluminenses os súditos mais ricos do Império. Sua riqueza, importância política e serviços prestados por muitos ao Estado e a sociedade, não pouco foram os cafeicultores feitos titulares da Monarquia, aos quais se reporta este trabalho. A região do vale do Paraíba do Sul, pelo processo de efetiva ocupação de seu território rural e vinculação inicial de seu elevado desenvolvimento econômico baseado na grande lavoura cafeeira, acrescido do fato de possuir um legado arquitetônico histórico e artístico vinculado às grandes sedes de fazendas, igrejas e elegantes palacetes urbanos, foi denominado de “o Vale do Café”. 


Andrades e Correas e Castro


Livro Andrades & Corrêas e Castro no Vale do Café


O foco desse estudo já o título denuncia, são duas famílias fortemente ligadas nas origens e por diversos casamentos entre seus integrantes, particularmente estes na segunda metade do século XIX. Os Andrades e os Corrêas e Castros foram das mais importantes famílias do chamado Ciclo do Café, com forte relevo social, político, militar e econômico nas regiões onde hoje localizam-se os municípios fluminenses de Vassouras, Paraíba do Sul, Levy Gasparian e Paty do Alferes. Através de alianças matrimoniais com outras famílias cafeeiras, como os Avelar e Almeida, Alves Barbosa, Werneck, Teixeira Leite, Lisboa, Oliveira Pena, Nogueira da Gama, Moreira de Vasconcelos Correia Tavares, Pontes França e Barroso Pereira, espalharam-se também por Rio das Flores, Barra do Piraí, Miguel Pereira, Três Rios, e nos municípios mineiros de Juiz de Fora, Santana do Deserto e Simão Pereira.
            Entre seus integrantes constam os titulares do Império barões do Piabanha, do Tinguá e do Campo Belo, e pelas ditas alianças matrimoniais figuram, direta ou indiretamente, com os barões de Santa Justa, de Ipiabas, de Itambé, do Ribeirão, de Avelar e Almeida, de Massambará, e os viscondes de Entre Rios, de Santa Justa e de Mauá. E a parte iconográfica de Andrades & Corrêas e Castro no Vale do Café traz, totalmente a cores e dentro dos mais rígidos padrões heráldicos, oito ilustrações de brasões de armas.
            Subsidiando o trabalho genealógico, se apresenta ao longo do texto 29 gráficos de costados (personagem, pais, avós e bisavós) e de filiação (marido e esposa e sua respectiva prole, acrescido dos pais daqueles).
            Toda a pesquisa fundou-se, primordialmente, em documentação primária (termos de batismo, nascimento, casamento e óbito), acrescido de dados secundários contemporâneos aos personagens, notadamente legislação pátria e imprensa/jornais. E tudo vai devidamente arrolado em notas de pé de página, sendo a bibliografia (a de autores de trabalhos congêneres), consequentemente, ínfima.
            Além da preocupação com a veracidade, primou-se por um estudo claro, objetivo, de fácil entendimento mesmo pelo leitor pouco acostumado com estudos genealógicos, o que é facilitado pelo uso do sistema de registro denominado “português moderno”.
            Além da edição a cores, também é disponibilizado uma edição em preto e branco em que, com exceção das ilustrações heráldicas em tons de cinza, tudo o mais é com o mesmo conteúdo da anterior, a um custo para aquisição significativamente inferior.

Dados técnicos:
Número páginas: 160.
Dimensões: 17 x 24 cm.
Tipo papel miolo: offset 90gr.
Capa: Papel cartão em policromia, plastificada, com orelhas.
Ilustrações: em policromia / ou em preto e branco.
Editora Perse, de São Paulo, SP.

Livro Amorial Vale do Café

Armorial Vale do Café
Texto parcial da introdução da obra:
“Os proprietários fluminenses tornaram-se os súditos mais ricos do Império. Os seus domínios antecederam em conforto e esplendor as fazendas paulistas no período áureo do café - 1870 em diante. O Governo reconhece-lhes o espírito aristocrático e a importância política, criando titulares da monarquia, viscondes e barões, os cafeicultores da província do Rio.”
Pedro Calmon
Num país onde, comumente, as questões relativas ao resgate, estudo e difusão da memória pátria no âmbito do universo heráldico sempre fora empreendido por diminuto número de pesquisadores, revestidos estes mais do que com idealismo, mas de verdadeiro espírito de ousadia, apresento-lhes o ARMORIAL VALE DO CAFÉ.
Antes de discernir sobre os critérios técnicos e artísticos adotados na elaboração deste trabalho, tendo em consideração a insignificante bibliografia heráldica nacional, quiçá todas já há muito esgotadas, e, não menos relevante, o pouco ou nenhum conhecimento do público brasileiro sobre a heráldica, com exceção dos ditos “brasões de família”, autênticos ou fantasiosos, que se veiculam na rede mundial de computadores – internet - cumpre informar que o ARMORIAL VALE DO CAFÉ tem duas limitações: trata-se não de um estudo ou tratado heráldico, com suas inevitáveis vinculações nobiliárquicas e genealógicas e quanto menos o caráter didático, mas na exposição de um conjunto de peças de armaria agregadas das respectivas descrições heráldicas e a indicação de seus detentores; e, por fim, possui um limitador geográfico bem definido, ou seja, restringe-se à que a região do médio vale do Rio Paraíba do Sul em território da outrora província e atual estado do Rio de Janeiro, onde titulares armoriados do Império foram naturais ou proprietários”.